O desespero do governo para aprovar a prorrogação da CPMF pode custar a expulsão do senador Osmar Dias do PDT. O senador já disse que não vai se alinhar ao partido e garante que vota contra o tributo. Mas tem um problema: ele pode ser expulso do partido e perder o mandato, segundo admitiu ao Blog do jornalista Marcos Vinícius. O senador está indignado por ter sido enquadrado de forma vil pelo seu partido, que agora reza pela cartilha do PT: “Que diabo de fidelidade é essa que obriga um senador da República a votar contra suas próprias convicções? Onde está escrito no programa do partido que eu não posso votar contra a CPMF?”, questionou.
Osmar afirma que já procurou orientação jurídica para se defender de um eventual processo de expulsão. “Esse caso me levou a consultar o jurista René Dotti e ele me disse que o PDT pode até conseguir a minha expulsão, mas não tira o meu mandato”, garantiu. “Eu trabalhei pelo partido, percorri nos últimos meses 18 mil quilômetros e realizei 250 encontros partidários para me encontrar nessa situação?”, afirmou .
O senador questionou ainda a falta de coerência da direção partidária. “Ontem, na reunião, o Carlos Lupi fez uma defesa tão veemente da CPMF que eu indaguei se ele falava como presidente nacional do PDT ou como ministro do Trabalho. O partido decidiu lançar candidato à presidência. Eu fui contra. O partido decidiu entrar no governo. Eu fui contra. O partido fecha questão contra a CPMF. Eu também sou contra. Sem nenhum debate, sem nenhuma obrigação por parte do governo, o PDT sentou no colo do governo e disse amém”, criticou. “Desde o começo propus alternativas que levassem, em conta, a contrapartida do governo. Porque desde que o governo conceda benefícios para a população é possível negociar. Não é barganha”, desabafou.
É, Osmar, tá tudo dominado...