terça-feira, 29 de janeiro de 2008

SUPERLOTAÇÃO DE PRESOS TORNAM DELEGACIAS VERDADEIRAS BOMBAS PRESTES A EXPLODIR


Vejam como a segurança no Paraná está uma “maravilha”. Reportagem esclarecedora (ou seria estarrecedora?) da Gazeta do Povo, derruba qualquer argumento tosco do secretário de Insegurança Pública do governo Requião, Luiz Fernando Delazari. As delegacias do Paraná estão superlotadas, abrigando 7,6 mil detentos. As condições dos cárceres são precárias em termos gerais, o que as torna barris de pólvora.
Vejamos: cadeias lotadas, mais carnaval é igual a - sem querer gorar -, ameaça de rebelião, fuga em massa, perigo em potencial para a população. Mas o secretário diz que não é assim. Ele não falou, mas presume-se que jogue a culpa no governo anterior, mesmo que isto signifique imputar a culpa a si mesmo, afinal o governo passado já era de Requião e o emprego de secretário já era dele.
Mas vamos aos dados da boa matéria da Gazeta: somente três estados têm mais presos em unidades policiais do que o Paraná: Minas Gerais (16.529), São Paulo (11.004) e Espírito Santo (8.527). No ano passado, o Paraná contava com 7.649 detentos em delegacias.
O jornal chamou atenção para quatro verdadeiros paióis de pólvora: a 9.ª Subdivisão de Polícia Civil de Maringá, que abriga 507 presos, quando a capacidade é para 170 detentos; o 11.° Distrito Policial de Curitiba, com 166 presos em um local em que só cabem 40; o 12.° Distrito Policial de Curitiba, com espaço para 35 presos e um total de 120; e a delegacia de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, com 111 pessoas no lugar de 30. Outra unidade com superlotação é a Cadeia Pública de Paranaguá, que já foi fiscalizada pela Comissão de Direitos Humanos da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). Ontem, a informação foi que havia 172 detentos em um espaço destinado a 48.
O governador diz que pretende construir duas penitenciárias no Estado: uma para o regime semi-aberto e outra para mulheres. A questão é quando isso vai sair do papel? Enquanto as obras não se materializam, investigadores tem que ficar cuidando de presos e novos delinquentes vão chegando, pois a marcha do crime não diminui, fazendo o problema crescer ainda mais.

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