sexta-feira, 27 de julho de 2007
AEROPORTOS SÃO BONITINHOS, MAS ORDINÁRIOS
O prédio da TAM ainda queimava e o governo procurava, desesperadamente culpados para o maior acidente aéreo da história do País. Questionado, o ministro Guido Mantega, o homem que tem a chave do cofre, rebateu as acusações que faltaram investimentos nos aeroportos brasileiros. De fato: basta visitar os terminais do País, como o Afonso Pena, por exemplo, e dá para ver instalações suntuosas, painéis de granito, aço escovado, uma beleza. Mas e a infra-estrutura. Aqui deu uma neblina ninguém voa. No inverno é uma tristeza. Naõ era de se pensar nisso antes de construir o aeroporto? E nos demais aeroportos, se esqueceu da manutenção das pistas, hangares, áreas de escape, equipamentos para controle aéreo, treinamento para controladores de vôos, condições mais humanas de trabalho, sem contar na frequência alucinante de vôos, que aumenta o risco de acidente e sobrecarrega os controladores etc, etc, etc. Nisso não se gastou. A Infraero torra dinheiro, mas usando a lógica perversa do poder público do Brasil, gasta mal. Se esmerou em transformar aeroportos em shoppings centers, onde um copo de água é vendido a três reais no mínimo, mas fez muito pouco para a segurança dos aeroportos. Eis uma missão para Nelson Jobim: abrir a caixa-preta da Infraero, que arrecada milhões e só gasta em perfumaria.
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